Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas não deixei, ele fala muito sobre sentimentos, e eu não gosto de falar disso quando estou sem calças, se quisesse falar depois, eu falaria, mas naquele momento era até inconveniente. Já havia ensaiado esse discurso centenas de vezes, pra falar com pelo menos cinco pessoas diferentes e com ele consegui dizer, e muito bem.
Éramos amigos desde a época da escola, tínhamos muito respeito um pelo outro e não creio que perdemos ele em momento algum.
Não consigo entender por que os homens sempre acham que são eles que vão magoar as mulheres, como se nós não pudessem usá-los como eles nos usam.
Entretanto, comigo não existe isso de usar, pois tudo é feito com muito sentimento: a paixão efêmera que nasce na cama e morre no chuveiro quando a camisinha é jogada no lixo.
Enquanto tudo isso passava pela minha cabeça, eu ouvi uma explosão de prazer que me vez lembrar que eu estava com ele em cima de mim, o que me fez pensar mais ainda em como eu estava ficando fria e insensível.
“Precisamos fazer isso mais vezes” ele disse colocando a calça.
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