quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Curriculum Vitae - Vale a pena ler!

             Quando será que eu comecei a ser tão segura de mim mesma em relação a minha vida sentimental? Hoje eu sou forte, há dois anos eu chorava por causa de amores, mas nada comparado à dor e a vontade de morrer das minhas primeiras rejeições. Sinais de maturidade.

             Desde que descobri que meninas e meninos podem – e devem – se relacionar, tento ME relacionar com alguém, claro que só depois de batalhar muito, fui conseguir meus primeiros beijos de alguns meninos. Os beijos não foram muitos, os meninos menos ainda. Posso fazer uma média de três beijos por meninos, no começo de minha VSA*? Claro que posso, a historia é MINHA e eu faço a estatística que eu quiser nela.

             Foi quando em uma viagem tola de escola que eu fiquei com o cara mais feio da minha vida inteira, sem sombra de dúvida, mas uma peça essencial para meus conhecimentos gerais: me fez perceber que eu não sabia beijar. Isso mesmo, eu não usava a língua e não colocava as mãos nos lugares certos (ainda não estou falando de mão boba), acho que eu deixava-as em cima das minhas pernas ou cruzava os braços, às vezes.

             Depois de algumas dicas e exercícios teóricos e práticos, ganhei meu diploma de good-kisser e dispensei meu professor. Achei que estava na hora de conquistar o mundo. Decidi que precisava treinar e mostrar para todos o que eu tinha aprendido, foi quando de repente, realmente começou aparecer vários candidatos a cobaias, e eu achei o máximo, aproveitei e esbanjei.

             Tenho orgulho em dizer que nessa época, aos 14 anos, eu não tinha pensamentos eróticos, ou pelo menos, não tinha vontade de compartilhar os que eu tinha com ninguém, guardava e usava comigo mesma.

             Com tempo passando, os peitos crescem, as espinhas diminuem e os meninos, que antes te achavam criança, começam a querer te ver pelada a todo custo. Nessa época, eu já com 15 anos e meio, me considerava uma criança às vezes e outras, eu começava a perceber meu crescimento, exatamente nesse momento, o cara que eu sempre quis me tasca um beijo e me chama de canto. Percebeu que a língua eu sabia usar, que eu sabia onde colocar na boca dele e sem titubear falou que estava na hora de eu aprender novas coisas. Olhando pro decote do meu vestido e quase babando continuou me beijando e começou a colocar a mão por dentro dele, mesmo sendo muito justo e ruim de movimentar, ele foi apalpando meus seios e com meu consentimento, por que eu totalmente quis. E pela primeira vez sentir o toque no meu peito com a minha autorização.

             Começou a partir dali, sessões de descobertas. Uma semana depois estava na casa, no quarto, na cama de um amigo da época, uns dois anos mais novo que eu, sem blusa, sem sutiã e ouvindo o som novo do Capital Inicial, “Gigante”, ficamos nos beijando – e só beijando e se tocando nos membros superiores - durante umas três ou quatro vezes que o cd rodou inteiro. Excitante foi, e muito, mas não podia fazer nada mais, pois estava menstruada.

             Alguns meses se passaram e não rolou nenhum caso importante, apenas a prática de beijar, que é válida. Pensava: melhor só beijar do que nada, vai que eu desaprendo. Logo comecei a me envolver com um vizinho meu que só queria brincar comigo. E eu, boba nem nada, deixei totalmente, com o maior prazer. Passamos um mês brincando, se fossemos mais novos poderíamos dizer literalmente “brincando de médico” - ginecologista, ainda por cima, mas não éramos mais crianças e começamos realmente nos preparar para nossas primeiras vezes com nós mesmos. Os dois virgens – ele nunca admitiu, mas eu tinha certeza – e queríamos que fosse com nós. Brincamos um mês inteirinho, acabamos deixamos pra lá, pois as circunstâncias não permitiam. No fim daquele ano tentamos de novo terminar o que havíamos começado, mas não deu certo – não era pra ser, imagino!

             Comecei a achar que era coisa de meninas como eu, “de família”, que só iriam fazer quando, no mínimo, encontrasse um cara legal, um caso mais sério. E o que me deixava um pouco deprimida, pois com todo meu movimento de língua, na minha melhor forma e menor balança que pesei nos últimos anos, com tempo de sobra pra fazer o que eu quisesse... Não achava um caso mais sério, conclusão: nunca descobriria a sensação de uma penetração.

             Mas o destino foi bonzinho comigo, não demorou muito conheci um cara com quem fiquei dois meses. Um cara legal, inteligente, bonzinho e sensível, não que estivéssemos namorando, mas era o tipo de cara para quem me entregaria, com certeza. Enfim, nada feito, não consegui. Entendi que não tinha nada a vê com o cara certo e o diabo a quatro, era apenas por que não era minha hora certa.

             Foi só muito depois de bem preparada que experimentei minha florzinha desabrochando – que metáfora linda -, no meu aniversário de 19 anos, conheci o cara que, em cinco dias, iria tomar minha virgindade para todo o sempre e que eu ia sempre lembrar por ter sido uma experiência muito, muito mesmo, muito boa.

             Além de relaxar, eu não fiz nada, nem tirar o tênis eu tirei, ficou tudo por conta dele. Acho que ele não ligou muito, pois eu disse que era virgem ainda, o que, depois do ato, foi motivo de piada, pois ele não acreditou nem um pouquinho. É claro que não havia motivo nenhum para mentir, só se eu fosse muito ruim e esse não foi o caso. Ele duvidou exatamente por isso, afinal disse que eu era muito boa – uau, não estou mentindo – e fui sincera ele: me tocava desde uns 13 anos mais ou menos, tinha um amigo que me tocava, já havia tido muitos treinamentos teóricos, lições e leituras sobre a coisa toda, além de estar muito segura do que queria, por isso não foi uma “típica-primeira-vez-de-mulher”, ele estava com fogo que durou até o outro dia de manhã, quando eu cheguei em casa com um sorriso de orelha a orelha!

             Foi ao começar a me divertir que me apaixonei e fui correspondida, logo, comecei a me divertir com o meu namorado. Era diversão garantida todos os dias e com direito de dormir abraçadinhos – carinho nunca é demais, né? – durante um tempo, mas do meio para o começo do fim, estava com ele só pelo amor, sem a diversão o que se transformou num inferno e no fim, já não estava com ele nem por amor, nem por diversão, nem por nada, por isso não estamos mais juntos hoje. Não digo que nesse tempo de namoro eu consegui evoluir, pois tudo o que eu tive antes dele, me fez ter facilidade de chegar ao auge mais rápido e aos poucos fui perdendo essa sensibilidade, então para mim, atualmente, é mais difícil me satisfazer. Entretanto namorar foi, sem duvida, uma forma de pegar prática e experiência, pois fazendo todos os dias, tivemos que experimentar coisas novas.

             Sem ficar desanimada e muito menos com baixa auto-estima, quis provar para mim mesma que ainda era útil para os meninos, que eu sabia fazer tudo direitinho e, deixar alguns de quatro por mim. E consegui, vamos dizer.

             Infelizmente, em cidade de interior você não pode sair com todo mundo nem com qualquer um, se não sua imagem fica prejudicada e eu, com a minha carreira profissional não podia me comprometer dessa maneira. Por golpe do destino, fui transferida para a capital de São Paulo, onde morei a vida toda, então, nada mais do que o merecido, minha alegria renasceu.

             Alguns meninos depois, descobri que eu posso mesmo, usando todo o meu potencial, deixar qualquer um implorando mais e mais em cima da cama, em cima da mesa, dentro do carro, no chuveiro, na garagem, na piscina e onde mais sua fantasia pedir. A partir do momento que você se sente segura de si mesma, com todas as experiências de sua vida, pode começar a comandar todas as situações. E com esse comando, cada vez mais se sente segura de você mesmo e assim sucessivamente.


*vida sentimental ativa



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