quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Manipulação midiática

         Quando o governo alemão começou a matar os judeus, a imprensa americana não noticiava como uma história importante e de interesse público. De acordo com o documentário Holocaust: The Untold Story (eu assisti no Newseum), as mortes eram noticiadas em pequenas notas nas páginas de dentro dos jornais. Quando já era tarde demais, os jornais importantes começaram a fazer desse assunto, primeira página. Motivo? Interesses pessoais.
         O que aconteceria se colocassem assim que soubessem nas primeiras páginas de seus New York Times e Washigton Post? Moveriam a opinião pública e poderiam ter conscientizado os cidadãos que algo não ia bem? Isso poderia mudar a política do governo? Poderiam ter evitado mortes e tanto sofrimento? Poderiam ter mudado o rumo da história mundial?


         Se você pensa que está muito longe da nossa realidade e que isso não vai se repetir porque foi há muito tempo e que hoje a comunicação e a tecnologia fazem as informações serem mais certas e que não dá para esconder nada... Está enganado. Por exemplo, durante 12 anos a rede CNN monopolizou as imagens da Guerra do Golfo e o mesmo aconteceu na guerra do Iraque (isso se não está acontecendo também nesse momento, o que não duvido). As guerras, para os americanos, são como seu governo quer que seja. Muita glória, poucos soldados mortos e nenhum civil afetado. E a realidade não é essa. Isso porque estamos falando de uma guerra! Imagine qualquer outro assunto que quiser, a facilidade que um canal de televisão tem para esconder um escândalo, por exemplo.


         Saber disso tudo te faz sentir uma vítima? ( ) sim ( ) não ? Se não, ótimo. Se sim, não deveria. Admito que a mídia tem sua parcela - alta - de culpa sim. Mas nós espectadores também. Nós somos os consumidores dessas informações e deveríamos escolhê-las bem, mas não fazemos isso. É muito mais fácil quando consumimos só o que nos oferecem, sem que seja feito um esforço para refletir ou buscar mais além do nosso jornal preferido. Então, considero o consumidor como cúmplice da manipulação da mídia. Se ninguém deixasse ela nos manipular, isso não aconteceria. 

         Ok, nem todos têm instrução para saber disso, então o que fazer? Nós, que temos boa educação, deveríamos começar a mudar um pouco. Se informar com mais de uma linha editorial (o que é isso?), duvidar de tudo o que dizem, ter sua própria linha de pensamento lógica e não fazer da opinião de um jornal, revista, político ou qualquer um, o seu ponto de vista. 

         Cúmplices sim, vítimas não. Você pode escolher. Não podemos fazer a mídia ser totalmente imparcial e independente, mas podemos nos adaptar a ela. Como países democráticos, de certa maneira, é bom ter dois jornais concorrentes falando do mesmo assunto sob pontos de vistas distintos. Assim podemos compará-los e decidirmos, por nós mesmos, o que é certo e o que não é. O que é verdade e o que não é. Já que a parcialidade existe, ainda bem que há vários de vários pontos de vista. Imagina se tivéssemos apenas um jornal com só um ponto de vista, o do governo, por exemplo? 
         Ficar parado, de braços cruzados, pensando na novelinha de hoje à noite e quem vai entrar no próximo BBB não é a melhor maneira de fazer o mundo andar pra frente. E se você realmente pensa isso importante e que você já faz sua parte, acho que se chegou até aqui é porque sabe que pode fazer melhor! Então FAÇA!!!


Nesse blog há artigos relacionados com essa linha de pensamento. Se ficou interessado, vai descendo e olhando para ver o que te interessa.






Como exercício, analize essa capa de um site de notícias, com o público alvo de homossexuais:



2 comentários:

Isaque Criscuolo disse...

É muito mais fácil aceitar o que a mídia produz e "engolir" tudo isso do que destrinchar a informação e procurar a verdadeira VERDADE. Se é que ela existe.
A TV e a maioria dos grandes veículos de informação manipulam seu público desde que a humanidade é humanidade. Infelizmente, poucos resistiram a essa manipulação e conseguiram conscientizar o povo.
Me sinto na liberdade de comparar a mídia com as religiões, sempre definindo pontos de vista, carregando uma massa que não pensa e segue o rebanho.
O que precisamos é de consciência política, consciência do que lemos, consciência do que pensamos e achamos do mundo. É o que você disse, precisamos refletir, buscar o NOSSO ponto de vista.
Existiram muitas pessoas que mudaram o mundo com seu ponto de vista. E você, Pagliuca, é uma das grandes pessoas que tem mudado minha vida e realidade, me ajudando a encontrar as infinitas possibilidades de assuntos e perspectivas de compreensão. Belíssimo texto. =D

Ester Criscuolo disse...

Há sempre "infinitas possibilidades" - Adorei a colocação do Isaque.
E sim, concordo com vc gabi. ;)
Sempre sempre se informar..

 
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