Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade , em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!
Ando sem pressa esses dias, tudo ao meu
tempo e sem correria por causa de atraso. Eu me dei ao luxo de usar chinelos e
ficar ouvindo reggae, o que diminui ainda mais meus movimentos e me dá mais tempo de refletir...
Percebi como nós somos escravos de relações
interpessoais; redes sociais; trânsito, seja ele em nossos carros ou em ônibus
apertados; emprego que não gostamos, mas precisamos deles; cidades poluídas,
sem nenhuma qualidade de vida; comportamentos que não gostaríamos de aceitar,
mas é preciso; sentimentos e vontades
reprimidos...
Somos livres? Ou simplesmente acostumados?
Tenho visto como as mulheres, inclusive eu,
em outras circustâncias, vivem presas: calças apertadas, blusas tão justas que
nos obrigam ser mais magras, sapatos incrivelmente desconfortáveis, maquiagens,
cabelo, sorriso, postura... Ahhh...
Comprar, hoje, é sinônimo de lazer.
Felicidade é adquirir, adquirir de novo e depois comprar o mais novo ainda. Compramos porque queremos ou apenas somos livres para escolher o que comprar?
Confundimos liberdade com rebeldia, com malandragem, esquecemos que muitas vezes ficamos presos em nossas casas com medo da violência lá fora.
Somos livres de verdade?
Podemos pegar hoje, se quisermos, nossas
bicicletas e pedalar até uma praia do Espírito Santo? Ou estamos contando os dias para o próximo feriado prolongado? Ótimo pra você se respondeu que pode ir à praia quando quiser. A maioria das pessoas que eu conheço responderá que não, não pode. Então não somos livres.
Admito que me senti egoísta por desfrutar
minha parcial liberdade, quase descalça e de shorts, enquanto os outros ferviam
em seus ternos, gravatas, casaquinhos sociais e até botas... debaixo do maior
sol do meio dia! Moda? Aceitação social?
Está calor, meu Deus, muito calor! Tenho vontade de gritar: “tirem essas roupas desconfortáveis, mostrem suas pernas brancas, usem chinelos ou fiquem descalços, tirem essas meias-calças coloridas e calorentas, façam algo que os deixem realmente contentes, parem já com a infelicidade!”.
Está calor, meu Deus, muito calor! Tenho vontade de gritar: “tirem essas roupas desconfortáveis, mostrem suas pernas brancas, usem chinelos ou fiquem descalços, tirem essas meias-calças coloridas e calorentas, façam algo que os deixem realmente contentes, parem já com a infelicidade!”.
Mas as pessoas
estão satisfeitas assim, elas gostam... Ninguém quer mudar, se não, já teriam
mudado. Esses pequenos probleminhas é parte de "o preço que se paga”.
Eu não gosto e não quero trocar minha liberdade por esse estilo de vida... que nem sei ao certo qual é.
Estilo de vida pobre, louco, burro...
Quero sair daqui, encontrar uma saída, ser feliz de verdade, mesmo que não seja o tempo todo.
Estilo de vida pobre, louco, burro...
Quero sair daqui, encontrar uma saída, ser feliz de verdade, mesmo que não seja o tempo todo.
Infelizmente temo que minha liberdade tão
querida vai durar muito pouco. Vai durar até o limite, até que eu não consiga
mais deixar que roubem meus sonhos e vontades e que me encaixem no meu lugar da
engrenagem do sistema...
A não ser que eu encontre uma alternativa.
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