terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aceitemos, simplesmente

             Ontem vi um vídeo que me deixou extramente emocionada. Pelo amor paterno incondicional. Pelo amor verdadeiro entre duas pessoas. Pelo casamento não tão comum... Por tudo. Era um vídeo sobre a viagem de um pai até o casamento de sua filha com uma pessoa do mesmo sexo. 

             Compartilhei no Facebook dizendo que não queria criar polêmica, mas recebi um comentário que me fez pensar (e escrever). O comentário tinha a seguinte passagem: “para mim [a homossexualidade] é biologicamente não natural”. Simplesmente não acredito que esse argumento seja adequado para o nosso tempo. Com tanta tecnologia, fecundação in vitro, cirurgias e tratamentos para prolongar a vida... O que importa ser ou não ser biologicamente natural? Atualmente, mais do que nunca, nada vale se é natural ou não! A gente precisa parar de ficar tentando rotular se as coisas estão certas ou erradas. É difícil simplesmente aceitar?


             Tantas coisas que a gente aceita... Aceita trânsito, preço alto, trabalhar o dia todo, que tudo tem um preço,  poluição, gente chata, gente feia... E por que diabos não podemos simplesmente aceitar que existem pessoas que amam pessoas do mesmo sexo?

             A gente não sabe o sentido da vida. O que é certo? O que é errado? O que é justiça? Todas essas perguntas não podem ser respondidas com certeza de que a resposta esteja correta. O “certo” e “errado” são acordos sociais. Nós apenas entramos em um acordo em relação a coisas mais “óbvias” (tipo ‘matar é errado’). 

             Só estou querendo dizer que não importa se a homossexualidade é certo ou errado. Se não houvesse intolerância, amar alguém do mesmo sexo não mataria, não machucaria, não seria certo ou errado, seria apenas mais uma forma de amor. 

             Apesar de sempre estarmos querendo fazer papel de Deus, não o somos. Na minha opinião, a polêmica é ridícula, temos que aceitar, simplesmente: eu gosto de garotos e sou uma garota e ele gosta de garotos... Quando o amor bate na nossa porta, não importa se é bonito, feio, homem, mulher. Você, hétero, escolheu amar quem ama? O gay também não! A lésbica também não. E você não é ninguém pra dizer que eles escolheram e "optaram" por ser "promiscuo" (é um argumento que já ouvi) e amar alguém do mesmo sexo. Eu não sei, só imagino, a barra que é ainda hoje assumir ser homossexual. Se não fosse natural, você acha que eles não prefeririam ficar com uma pessoa do sexo oposto? Aceitemos, então. 

             Chega de polêmica, intolerância, preconceito. Homossexuais são tão legais como os héteros legais. Homossexuais chatos são tão chatos como héteros chatos. E por ai vai em relação à honestidade, bondade, inteligência e todos os adjetivos que costumamos definir as pessoas. E tem mais: ninguém é só bom ou só mal e TODOS têm defeitos. Ser gay, pra mim, não é um defeito. Ser intolerante e ter preconceito, sim, são defeitos. 

             Temos que parar com essa mania de “tá certo" e "tá errado". Minha opinião é essa, que devíamos aceitar o que é. Se é natural, se não é, se é certo, se é errado... Nunca vamos saber. Eu menos ainda, na minha humilde carcaça de Gabriela. 

             Agora, se você é o Deus criador de todos os seres vivos e não vivos, com sua inteligência e bondade infinita e dono da verdade e está lendo esse post, SÓ você tem direito de dar uma resposta final sobre o assunto. Se você não é esse Deus, só tem direito de dar sua opinião, correndo o risco de estar errado, assim como eu.

vídeo inspiração:

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